Quais os benefícios das florestas para a saúde humana
Vista aérea da floresta nas terras tradicionais do povo tla-o-qui-aht, no Canadá.
Muitos aspectos da vida estão relacionados com as florestas, como a qualidade do ar, refrigeração natural, água fresca e o fato de abrigarem diversos recursos naturais. Além disso, as florestas trazem benefícios para a saúde física e mental das pessoas.
No Dia Internacional das Florestas, proclamado pela Assembleia Geral das Nações Unidas em 2012 e comemorado todo dia 21 de março, conheça alguns dos benefícios desse ecossistema para a saúde.
As florestas limpam o ar que respiramos
“As florestas sustentam a vida: beneficiam as pessoas, as plantas e os animais por todo o trabalho invisível que realizam absorvendo carbono. Também ajudam a controlar o clima do planeta e as precipitações [chuvas]”, explica The Nature Conservancy (TNC), uma organização ambiental global sem fins lucrativos fundada em 1951.
Além disso, as árvores eliminam o material particulado, um tipo de contaminante atmosférico produzido pela combustão de combustíveis fósseis (petróleo e seus derivados, por exemplo) que podem alcançar concentrações perigosas nas cidades.
As folhas filtram esse contaminante perigoso. Logo, uma maior quantidade de árvores nas cidades (especialmente em vizinhanças localizadas próximas a rodovias e fábricas) pode reduzir problemas de saúde como a asma, destaca o TNC.
Fornecimento de alimentos
As florestas produzem alimentos com macro e micronutrientes importantes para uma alimentação saudável e balanceada, a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO, na sigla em inglês).
Frutas, folhas, nozes, sementes e fungos são alguns dos alimentos que a floresta produz, além da carne de animais silvestres para comunidades indígenas.
Medicamentos
Nos países desenvolvidos, cerca de 25% de todos os medicamentos são de origem vegetal, enquanto nos países em desenvolvimento esse número chega a 80%, indica o documento da FAO.
Itens higiênicos e sanitários básicos como papel higiênico, toalhas de papel, lenços, máscaras, roupas de proteção médica e etanol para desinfetantes também têm origem vegetal, informa a Organização das Nações Unidas (ONU).
Contribuição para o bem-estar e saúde mental
As florestas têm uma importância cultural que é fundamental para a saúde mental de várias comunidades, indica a FAO.
“As populações indígenas costumam associar o bem-estar da floresta com um maior bem-estar coletivo e comunitário, enxergando um vínculo entre terras saudáveis e pessoas saudáveis.”
Por outro lado, o desmatamento e a degradação das florestas possuem efeitos negativos na saúde mental desses grupos.
Natureza na Costa Rica. As florestas têm uma importância cultural que é fundamental para a saúde mental de várias comunidades.
“Foi demonstrado que as áreas verdes contribuem na redução do estresse e promovem estados de ânimos e sentimentos mais positivos.”
Segundo a FAO, a prática de atividades físicas ao ar livre colabora também para a redução do risco de doenças cardiovasculares, de câncer, diabetes e depressão.
Em países desenvolvidos, o contato da população urbana com parques, jardins e bosques gerou efeitos benéficos para a saúde em geral, como no combate à obesidade e na redução da mortalidade.
“Acredita-se também que a inalação de ar fresco e dos compostos orgânicos voláteis (fitocidas) que as árvores emitem fortalecem a função imunológica do ser humano e melhoram a saúde física e mental”, relata a FAO.
Nas cidades, áreas verdes reduzem o ruído e absorvem a poluição
Áreas verdes urbanas e semi-urbanas oferecem espaços de atividade física e recreação que ajudam a aliviar o estresse do dia a dia, afirma a FAO.
Esses locais amortizam ruídos, reduzem o efeito das ilhas de calor (fenômeno em que há zonas de elevada temperatura dentro da cidade) e absorvem a poluição gerada pelos veículos e pelas indústrias.
Prevenção contra futuras pandemias
De acordo com dados da ONU, 60% de todas as doenças infecciosas têm origem em animais. Se forem consideradas as doenças infecciosas emergentes (doenças novas ou identificadas recentemente, como o ebola), o percentual chega a 75%.
A origem dessas doenças está ligada à transmissão de patógenos de animais a humanos, que costumam ocorrer quando habitat naturais (como as florestas) são desmatados.