Quem foi Jesus, segundo os evangelhos cristãos?
Líder carismático entre os judeus quando vivo, os ensinamentos de Jesus relatados no Evangelho seguem como base para a fé de pessoas em todo o mundo.
Imagem de uma das mais antigas representações de Jesus Cristo presente no Mosteiro de Santa Catarina, no Egipto.
Uma das maiores religiões do planeta em volume de seguidores, o Cristianismo tem na figura de Jesus o cerne de muitas de suas crenças. A World History Encyclopedia (plataforma de conhecimento sobre história, dedicada a difundir o tema mundialmente) define Jesus como um profeta judeu falecido em torno de 30 d.C, que vivia de forma itinerante no norte de Israel – região conhecida na época como Galileia.
Chamado também de Jesus de Nazaré e de Jesus Cristo, seu nome próprio original em hebraico foi traduzido para o grego, no qual Yoshua virou Jesus e significa "aquele que salva", segundo a enciclopédia. Já a designação Cristo (do grego Christos), seria uma tradução também da palavra em hebraico meshiach (messias), mais um reforço ao fato de o profeta ser o escolhido de Deus no cristianismo, e o seu pregador.
O profeta teria nascido na cidade de Belém, em uma data que não é consenso nem nos livros bíblicos e tampouco para os historiadores. Pode ter sido dois anos antes da morte do rei Herodes, em 4 a.C., como durante o governo de Quirino, na Síria, em 6 d.C. O momento do nascimento de Jesus, no entanto, é conhecido como Natividade. E, atualmente, seu “aniversário” é celebrado em diversas partes do mundo no dia 25 de dezembro, que é o Natal para cristãos católicos (os ortodoxos seguem outro calendário).
(Talvez você se interesse por: Por que as pessoas acendem velas no Hanukkah?)
Como era a vida de Jesus, de acordo com documentos históricos
Jesus era filho de Maria – uma mulher que, segundo os evangelhos bíblicos de Mateus e Lucas, teria sido fecundada pelo “espírito de Deus”, resultando no “nascimento virginal” de Jesus, como detalha também a enciclopédia especializada em história.
E embora os registros da infância e da adolescência de Jesus continuem sendo um mistério para os estudiosos, como conta um artigo de National Geographic intitulado “Como a infância de Jesus influenciou o Evangelho”, publicado em 2023, sabe-se que por um certo tempo ele ajudou o pai, José, em seu trabalho diário, tal como era comum na época, antes de se tornar conhecido por suas pregações e conhecimento religioso.
A pintura “Natividade Mística”, feita pelo artista renascentista italiano Sandro Botticelli (1445-1510 d.C.). no ano de 1500 D.C. e disponível na Galeria Nacional, de Londres.
“De acordo com o historiador judeu Josefo, do século 1 d.C., quase todos na Galileia sustentavam suas famílias com a agricultura. De fato, muitas das futuras parábolas de Jesus usam a linguagem dos campos e pomares em vez da linguagem de uma carpintaria. Isso levou alguns estudiosos a sugerir que José era um fazendeiro, que talvez tenha aumentado sua renda com suas habilidades de carpinteiro. Se isso for verdade, então Jesus teria testemunhado os rituais de cultivo – semeadura, colheita e ceifa – em sua infância”, conta o artigo.
Mas já aos 12 anos de idade (ou por volta de 8 d.C., diz artigo da Nat Geo), Jesus estaria debatendo as leis e conhecimentos da Torá (livro com as escrituras religiosas judaicas) com mestres nos templos de Jerusalém. Passagens sobre esse momento podem ser encontradas no Evangelho de Lucas, na bíblia católica, e reforçam sua imagem de pregador de palavras consideradas “santas”.
(Veja também: O que é comemorado na Quinta e na Sexta-feira Santa, segundo o cristianismo?)
Como Jesus morreu?
A chamada “Paixão de Cristo” e a Páscoa, registram os últimos momentos de vida de Jesus antes de ser torturado e morto crucificado, como relatam os livros do Evangelho cristão.
Segundo a WHE, esses eventos começaram quando Jesus de Nazaré e seus seguidores entraram em Jerusalém para a festa da Páscoa e ele foi recebido pela população como “o Rei dos Judeus”. Seguem, então, os relatos da prisão e julgamento de Jesus, sua caminhada dolorosa pela Via-Sacra, sua crucificação e posterior morte.
Enterrado no Santo Sepulcro na sexta-feira, seus fiéis constaram sua ressurreição no domingo de Páscoa, quando seu corpo físico já não estava mais presente, provando o caráter santo do profeta e o fato de ser o verdadeiro “filho” de Deus para os católicos.