Por que os judeus fazem jejum no Yom Kippur: a história por trás da tradição

O motivo da celebração é reparar os erros e se arrepender dos pecados cometidos.

Por Redação National Geographic Brasil
Publicado 22 de set. de 2023, 18:00 BRT
Mulheres rezam no Muro Ocidental no bairro judeu da antiga Jerusalém. Local sagrado para os judeus, ...

Mulheres rezam no Muro Ocidental no bairro judeu da antiga Jerusalém. Local sagrado para os judeus, o muro sustentava originalmente um complexo de templos encomendado pelo rei Herodes em 20 a.C.

Foto de Alexandra Avakian

O pôr do sol de 24 de setembro de 2023 dará início ao Dia da Expiação no judaísmo, tradicionalmente conhecido como Yom Kippur

Essa é uma das datas mais importantes do calendário judaico, marcada por jejum, reflexão, perdão e arrependimento dos erros cometidos no passado.

O que é o Yom Kippur?

Yom Kippur consiste em tirar a mente da sensação de fome e se concentrar em orações e tarefas espirituais e emocionais. 

Durante o Yom Kippur, a comunidade judaica omite a distração dos programas de televisão e rádio, não faz compras e não viaja de ônibus ou trem, por exemplo. 

A única vez que o feriado foi interrompido em grande escala foi durante uma transmissão de televisão durante a Guerra do Yom Kippur, em Israel, em 1973, quando as autoridades israelenses alertaram seus cidadãos sobre o conflito com Egito e Síria, informa em seu site a instituição judaica Jewish Alliance of Greater Rhode Island, nos Estados Unidos.

Durante essa comemoração, muitos judeus jejuam, adotando um “estado de humildade” durante 25 horas.

"Quando andamos de barriga cheia, desenvolvemos uma espécie de arrogância, um sentimento de autossatisfação", diz o rabino Avi Moshel em um artigo para a instituição judaica nos EUA.

Para Moshel, ter fome e sede é um lembrete de que tudo o que você come, bebe e possui na vida vem diretamente de Deus. O objetivo do Yom Kippur é "nos desencorajar o suficiente para pedir perdão, aumentar nossa consciência de Deus em nossas vidas e nosso compromisso com o judaísmo", diz o rabino. 

Yom Kippur: um momento de reflexão

Superar as necessidades corporais e investir cada momento do dia no ato de arrependimento é um dos pilares da experiência do jejum, argumenta a Jewish Alliance. Entretanto, a tradição não se resume a essa prática.

Um homem almoça com a família em Paris, um dia antes de partir da França para Israel.

Foto de William Daniels

Além de não trabalhar e evitar comer e beber,  os judeus não usam sapatos de couro ou qualquer outra peça de vestuário feita desse material, como cintos e casacos.

O site dedicado à divulgação de informações sobre o judaísmo afirma ainda que, durante a celebração, a comunidade opta por não tomar banho ou usar loções corporais e perfumes.

Como em outros feriados de diferentes religiões, há slogans para desejar boa sorte. É comum que as pessoas digam, em hebraico, palavras como Tzom Kal (jejum fácil) e Tzom Mo'il (jejum benéfico). 

Por fim, os adultos estão acostumados a praticar teshuvá, que significa pensar profundamente sobre seus pecados, reparar os erros e se arrepender de maneira pura e sincera, conclui a organização judaica.

Há exceções ao jejum do Yom Kippur?

Os judeus começam a jejuar no Yom Kippur aos 9 anos de idade ou na época do bar mitzvah para homens e bat mitzvah para mulheres. Esse é um rito que incorpora indivíduos como judeus ativos da religião – barbat mitzvah significam "filho/filha dos mandamentos", explica a Jewish Alliance. 

De acordo com a instituição, a tradição do Yom Kippur incentiva as crianças a adiarem suas refeições e a evitarem alimentos doces, como sorvetes.

Entretanto, algumas pessoas estão isentas do jejum. Com base na premissa de que a vida vem em primeiro lugar, o judaísmo permite que as mulheres deixem de jejuar nas primeiras 72 horas após o parto e até mesmo uma semana depois.

 As pessoas com doenças podem beber 30 mililitros de água ou consumir alimentos a cada 10 minutos ou mais para evitar a desidratação e desnutrição.

No caso de medicamentos, os rabinos e médicos analisam caso a caso, acrescenta a Jewish Alliance.

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