Japão: tudo o que você deve saber antes de visitar o país
De pontos turísticos clássicos a joias menos conhecidas e dicas de transporte a destaques sazonais, veja como visitar e curtir o Japão.

A primavera é uma das épocas de pico para visitar o Japão, pois os turistas se reúnem para ver as cerejeiras em plena floração e para passear em locais históricos, como o Castelo de Hirosaki, em estilo hirayama, localizado em Hirosaki, Japão.
A popularidade do Japão está crescendo novamente após a pandemia de Covid, com dezenas de milhões de pessoas todos os anos visitando a mistura do antigo, do novo e do futurista em Tóquio; os locais do Patrimônio Mundial na antiga capital Kyoto; as fontes termais de Hakone, as pousadas ryokan e o majestoso Monte Fuji.
Além desses destinos clássicos, você pode também viajar para Shikoku para visitar as ilhas de arte contemporânea no Mar Interior de Seto ou embarcar em experiências menos conhecidas, como caminhar pela trilha costeira de Michinoku em Tohoku e andar a cavalo na paisagem vulcânica do Parque Nacional de Aso-Kuju em Kyushu. O Japão tem algo para todos!
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Melhor época para visitar o Japão

O bairro arborizado de Omotesandod, em Tóquio, conhecido como a “Champs-Elysées” de Tóquio, é um centro de moda de luxo, lojas de luxo e cafés da moda.

Os chefs usam pimenta vermelha e grãos de pimenta de Sichuan para um tempero entorpecente ao preparar o famoso ramen picante servido no Kikanbo Miso Ramen, em Tóquio. O ramen mais apimentado é servido em uma tigela preta.
Primavera:
As flores de cerejeira deixam grande parte do Japão rosada do final de março a meados de abril. Em Tóquio, faça um piquenique sob a sakura (cerejeira) no Ueno Park ou dê um passeio descontraído ao longo do Meguro River, repleto de flores. Para o hanami (observação de flores) em um ambiente tradicional, siga para o norte, para Akita, para o antigo distrito samurai de Kakunodate ou visite Aomori, onde as delicadas flores envolvem o Castelo de Hirosaki.
Verão:
À medida que o Japão se prepara para vários meses de clima quente e úmido, a temporada de festivais entra em alta velocidade. A exibição de fogos de artifício no rio Sumida, em Tóquio, no final de julho, é um dos destaques da capital.
No início de agosto, em Aomori, carros alegóricos gigantes cobertos de papel desfilam durante a Nebuta Matsuri, que dura uma semana. Em Tokushima, milhares de dançarinos vestidos com roupas coloridas saem às ruas para o Awa-Odori em meados de agosto.
Outono:
Aprecie o koyo (folhas de outono) vermelho-fogo e amarelo-dourado em um banho quente de onsen em Jozankei Onsen ou em um assento ao ar livre na pitoresca Kurobe Gorge Railway em Toyama. Para uma longa caminhada pela folhagem de outono, os caminhantes podem ir ao Parque Nacional Daisetsuzan, em Hokkaido, ou chegar ao topo do Monte Daisen, com 1200 metros, em Tottori.
Inverno:
No início de fevereiro, visite a cidade de Sapporo em Hokkaido para ver as esculturas de gelo gigantes do Festival de Neve e, em seguida, aqueça-se com o miso ramen e a sopa de curry picante da cidade. A 80 Km de distância, a neve em pó de Niseko oferece alguns dos melhores locais para praticar esqui e snowboarding do Japão.
Principais áreas para conhecer no Japão
Cidades:
Conheça a Tóquio antiga com um passeio pelo bairro retrô de Yanaka ou visite o Santuário Meiji Jingu. Explore o lado contemporâneo da cidade no badalado Omotesando (apelidado de a “Champs Elysées” de Tóquio) ou nas galerias de arte futuristas do TeamLab. Como um dos melhores destinos gastronômicos do planeta, não perca o sushi, o ramen e o kaiseki de alta qualidade de Tóquio.
Em Kyoto, o dourado Templo Kinkaku-ji e os caminhos cobertos por portais torii do Santuário Fushimi Inari são dois dos locais que são Patrimônio Mundiais imperdíveis (e mais visitados) da antiga capital. No entanto, há muito o que conhecer longe das multidões, incluindo a tranquila vila de pescadores de Ine, no norte de Kyoto, e complexos de templos menos visitados, como o Myoshin-ji e seus belos jardins.
Norte:
Pegue suas botas de caminhada e faça um mochilão na trilha Michinoku Coastal Trail, uma rota de quase 1 mil Km que passa por penhascos irregulares, praias arenosas e belos portos de pesca na região de Tohoku, que é menos movimentada. No interior, siga os passos do haikuísta Matsuo Basho com uma caminhada até o templo de Yamadera, no topo da montanha.
Leste:
As tradicionais pousadas ryokan, os banhos termais e as vistas de perto do Monte Fuji fazem de Hakone uma viagem popular a partir de Tóquio. Caminhe entre os vilarejos da era Edo (1603-1868) de Magome e Tsumago, lindamente preservados, nas ruínas da estrada que ligava Kyoto a Tóquio.
Oeste:
Visite Hiroshima para conhecer o memorial A-Bomb Dome do ataque nuclear de 1945 e o Santuário Itsukushima “flutuante” na Ilha Miyajima. Pedale pela cênica ciclovia Shimanami Kaido em uma rede de pontes que liga a ilha principal do Japão à menos visitada Shikoku. Pegue uma balsa para Naoshima, no Mar Interior de Seto, para ver uma coleção de ponta de locais e instalações de arte contemporânea.
Sul:
Passear pelas ilhas de Okinawa, que oferecem praias de areia branca, mergulhos em recifes de corais, manguezais e a distinta cultura Ryukyuan, moldada durante os 450 anos em que Okinawa foi um reino independente chamado Ryukyu.
Em Kyushu, vá ao Aso-Kuju National Park para caminhar e andar a cavalo em um dos vulcões de caldeira mais ativos e bonitos do Japão, o Monte Aso.
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O sabor do Japão

Os restaurantes e bares do bairro de Shimbashi, em Tóquio, são conhecidos como um destino popular para a vida noturna, especialmente entre os trabalhadores de escritório.
Ramen
A comida reconfortante favorita do Japão vem em várias formas. Alguns aficionados por ramen dão o primeiro lugar ao ramen de Hakata, em Fukuoka, por sua combinação de caldo de osso de porco e macarrão fino, porém firme. Para outros, esse reconhecimento vai para o caldo rico em missô do ramen no estilo de Sapporo. Você encontrará versões locais de ramen em lugares tão distantes quanto Wakayama, Tokushima, Hakodate, Kitakata, Okinawa e muitos outros.
Sushi
Assim como o ramen, o sushi de peixes ou frutos do mar é um assunto variado. Com um orçamento limitado, as cadeias de kaitenzushi (sushi de esteira rolante), como a Sushiro e a Kura, oferecem uma experiência divertida e um ótimo custo-benefício, enquanto provar um sushi sofisticado, que quebra a carteira, inclui 20 sushiya só em Tóquio com estrelas Michelin.
Vá para o andar da praça de alimentação de uma loja de departamentos – como o porão do Mitsukoshi, no distrito de Nihonbashi, em Tóquio – onde o sushi não é apenas um nigiri de arroz coberto com peixes ou frutos do mar.
O chiraizushi apresenta coberturas de sushi picadas espalhadas sobre uma cama de arroz. Makizushi são rolos finos de arroz e recheio de sushi envoltos em alga nori tostada, e oshizushi tem fatias de peixe (como cavala) firmemente pressionadas em uma caixa de arroz com vinagre.
Como se deslocar no Japão

Em Tóquio, um milhão de espectadores se reúnem no distrito de Koenji, em Tóquio, para o Koenji Awa Odori Festival, um festival de dança anual em agosto que apresenta mais de 10 mil dançarinos.
De trem:
A Japan Railways opera trens-bala de alta velocidade entre muitas das principais cidades e oferece passes de trem que economizam dinheiro para viajantes estrangeiros. Compre bilhetes de trem nas estações ou online na Eki-net. O tempo de viagem de Tóquio a Kyoto é de pouco mais de duas horas, enquanto de Tóquio a Hiroshima é de quatro horas.
De avião:
Há voos domésticos entre o Aeroporto de Haneda e centros regionais, incluindo o Aeroporto de New Chitose em Sapporo e Naha em Okinawa.
De carro:
Se estiver visitando apenas as grandes cidades, opte pelo transporte público altamente eficiente. Para explorar as áreas rurais onde os trens e ônibus são limitados, considere alugar um carro de empresas como a Nippon Rent-a-Car e a JR Rent-a-Car. É necessário ter uma carteira de motorista internacional.
Informação para saber antes de ir ao Japão
Idiomas:
O japonês é o idioma oficial. O inglês é cada vez mais falado nas principais cidades e áreas turísticas.
LGBTQI+:
Os casais do mesmo sexo não podem se casar legalmente no Japão, mas não há leis contra relacionamentos entre pessoas do mesmo sexo. Shinjuku Ni-chome, em Tóquio, é o maior bairro LGBTQI+ do Japão, com várias centenas de bares, clubes e restaurantes. Em junho, o Tokyo Pride é o maior evento do país para a comunidade LGBTQ+ e aliados. Osaka, a terceira maior cidade do Japão, tem um site (visitgayosaka.com) dedicado aos viajantes LGBTQ+.
Como visitar o Japão de forma sustentável
Ao ar livre:
Os 34 Parques Nacionais do Japão cobrem quase 6% do país, protegendo a vida selvagem ameaçada e ecossistemas delicados. Ao visitar, permaneça nas trilhas designadas, leve seu lixo para casa e siga outras regras locais para ajudar a manter os parques intactos.
Desenvolvimento Sustentável:
As empresas japonesas estão cada vez mais fazendo referência aos 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU, mas cuidado com o greenwashing ou com o “box-ticking”. As empresas que estão fazendo esforços sustentáveis genuínos tendem a listar os SDGs específicos que estão almejando e a detalhar as medidas exatas que estão tomando para atingir seus objetivos.
Compras:
Os artesãos de todo o Japão produzem uma vasta gama de artes e artesanatos tradicionais, incluindo cerâmica, laca, têxteis e trabalhos em madeira. Para obter artesanato autêntico e de alta qualidade, procure produtos marcados com o logotipo Designated Traditional Craft (Artesanato Tradicional Designado) do governo.
Alimentação:
Com o sushi, lembre-se da regra dos 4-S. Comer frutos do mar pequenos, prateados, sazonais ou mariscos tem um impacto menor. É melhor evitar o atum rabilho e a enguia de água doce. Antes de visitar os cafés para animais onde você pode acariciar gatos, cachorros e outros animais, saiba que o setor tem um histórico ruim de bem-estar animal.
Rob Goss é um escritor freelancer que mora em Tóquio e cobre viagens e cultura no Japão. Siga-o no Instagram.
