Chuvas de meteoros incandescentes e até uma superlua do Castor: confira os fenômenos astronômicos de novembro
O mês traz uma programação espetacular de paisagens celestes, incluindo uma rara oportunidade de ver Mercúrio sem telescópio e uma “micro” Lua nova.

Uma “superlua do castor” nasce atrás do Monte Prena, nas montanhas Apeninas, na Itália, em novembro de 2024. A “lua do castor” deste ano — a maior lua cheia de 2025 — dá início a um mês deslumbrante de eventos celestes, desde chuvas de meteoros até planetas brilhantes iluminando o céu noturno.
O mês de novembro começa com não só uma, mas três chuvas de meteoros. Além disso, a maior Lua Cheia do ano nasce também no início do mês, enquanto uma “micro” Lua Nova mais tarde oferece a escuridão ideal para constelações mais difíceis de serem vistas e observadas, como Órion e Touro.
Veja aqui, os nove eventos celestes para observar ao longo de novembro — e quando olhar para cima para vê-los.
Pico da chuva de meteoros Táuridas do Sul — dias 4 a 5 de novembro
A chuva de meteoros Táuridas do Sul tem dois picos este ano: o primeiro foi em meados de outubro e o segundo é no início de novembro. Embora seja normalmente uma chuva de meteoros de baixa frequência, com cerca de cinco estrelas cadentes por hora.
Espera-se que 2025 seja um daqueles raros anos em que é possível visualizar a chuva mais intensa e incandescente, quando meteoros excepcionalmente brilhantes — alguns mais brilhantes do que Vênus — iluminam o céu.
O melhor horário para observar é na noite de 4 de novembro até as primeiras horas de 5 de novembro.
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Um meteoro Taurídeo cruza o céu sobre o Lago Yamdrok, um dos três lagos sagrados do Tibete, em novembro de 2015. A chuva de meteoros Táuridas do Sul ocorre anualmente em novembro, quando a Terra atravessa os detritos deixados pelo cometa Encke, produzindo, por vezes, espetaculares bolas de fogo.
Superlua Cheia do castor — 4 a 5 de novembro
A Lua Cheia de novembro atinge seu pico de brilho na noite do dia 5 de novembro, embora pareça cheia nas noites de 4 e 5 de novembro. Conhecida como “Lua do Castor”, o nome vem das tradições sazonais do Hemisfério Norte— quando os castores fortalecem suas reservas para o inverno e, historicamente, os caçadores procuravam suas peles mais grossas.
Essa também será uma “Superlua”, que ocorre quando a Lua Cheia coincide com o perigeu da lua, ou o ponto em sua órbita quando ela está mais próxima da Terra. Como resultado, ela parecerá um pouco maior e mais brilhante do que uma Lua Cheia típica — e, portanto, será a maior Lua Cheia de 2025.
Aproximação da Lua e das Plêiades — 6 de novembro
Logo após a Lua Cheia, a Lua passa perto do aglomerado estelar das Plêiades — também conhecido como Messier 45 — na noite de 6 de novembro. Os dois aparecerão a menos de um grau de distância no céu noturno — 49 minutos de arco, para ser exato.
As Plêiades são um aglomerado estelar aberto composto por mais de 1 mil estrelas jovens e quentes. Conhecidas como as Sete Irmãs, elas formam um dos padrões mais reconhecíveis do céu — embora apenas seis de suas estrelas mais brilhantes sejam normalmente visíveis a olho nu.
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Pico da chuva de meteoros Táuridas do Norte — 11 a 12 de novembro
A segunda chuva de meteoros do mês será das Táuridas do Norte, deverá atingir o seu pico na noite de 11 de novembro até a manhã de 12 de novembro, de acordo com a Sociedade Meteorológica Americana dos Estados Unidos.
Assim como as Taurídeas do Sul, essa chuva de meteoros é relativamente fraca, com uma média de apenas cinco estrelas cadentes por hora. No entanto, quando as duas chuvas se sobrepõem, como em 2025, as chances de bolas de fogo brilhantes aumentam.
Ambas as chuvas de meteoros Taurídeas compartilham a mesma origem: a trilha de detritos do cometa Encke. Com o tempo, a trilha de poeira do cometa se espalhou o suficiente para criar duas correntes de meteoros separadas, mas sobrepostas.
Pico da chuva de meteoros Leonídeos — 17 a 18 de novembro
A chuva de meteoros Leonídeas deverá atingir seu pico durante a madrugada de 17 para 18 de novembro, quando a Terra atravessar os detritos do cometa Tempel-Tuttle. A Lua Minguante estará com apenas 9% da sua capacidade total, proporcionando condições de escuridão para este espetáculo do final do outono, em meados de novembro.
As Leonídeas são famosas por suas explosões históricas de estrelas cadentes, mas na maioria dos anos, e provavelmente em 2025, elas produzem um espetáculo constante de até 15 meteoros por hora em condições ideais. Portanto, vale a pena ficar de olho para o céu nessas noites especiais.

Um meteoro Leonídio passa rapidamente pelo aglomerado estelar das Plêiades nos céus acima do Parque Nacional Joshua Tree, nos Estados Unidos, em 2001. A chuva de meteoros Leonídeos anual atinge seu pico por volta de 17 de novembro, quando a Terra passa pelos detritos do cometa Tempel-Tuttle, enviando partículas de poeira em alta velocidade que brilham em nossa atmosfera.
Uma micro lua nova — 20 de novembro
A Lua Nova em 20 de novembro ocorre perto do apogeu lunar, o ponto mais distante da órbita da lua da Terra, tornando-a uma chamada “micro” Lua Nova. É claro que, por ser uma Lua Nova, você não poderá ver a lua — ela aparecerá completamente escura no céu noturno, com apenas seu lado distante iluminado pelo sol.
Mas, sem a interferência do luar, essa é a melhor noite do mês para observar objetos fracos do céu profundo — como aglomerados de estrelas, nebulosas e galáxias distantes — a olho nu, com binóculos ou com um telescópio caseiro.
Urano em oposição ao Sol — 21 de novembro
O planeta mais distante do nosso Sistema Solar, Urano, atinge a oposição em 21 de novembro, quando fica diretamente oposto ao Sol no céu da Terra. Isso significa que o planeta brilhará com sua maior intensidade, embora ainda seja bastante fraco.
Com magnitude +5,6, Urano é visível com binóculos na constelação de Áries, embora pareça apenas uma estrela. Através de um telescópio mais potente, ele aparecerá como um pequeno disco azul-esverdeado.
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O aglomerado estelar Hyades em boa posicionado para observação — 27 de novembro
O aglomerado estelar aberto Hyades estará perfeitamente posicionado para observação no final de novembro, atingindo seu ponto mais alto no céu noturno por volta da meia-noite de 27 para 28 de novembro.
Localizado na constelação de Touro, a apenas 150 anos-luz da Terra, esse aglomerado de estrelas em forma de V forma o rosto do touro.

Os aglomerados estelares Hyades e Pleiades brilham na constelação de Touro, acima da brilhante estrela laranja Aldebaran.
As constelações do inverno no Hemisfério Norte e verão no Hemisfério Sul no final do mês
Em novembro, as constelações do inverno no Hemisfério Norte e as constelações de verão no Hemisfério Sul começam a voltar a ser visíveis com as mudanças de estações ocorridas no final do mês.
Algumas das constelações que surgem incluem Órion, uma das constelações mais facilmente identificáveis graças ao famoso cinturão de três estrelas, e Touro, que não é apenas o lar do aglomerado Hyades, mas também o ponto de onde parecem emanar as duas chuvas de meteoros Táuridas.

As constelações de Órion e Touro brilham acima da histórica cidade fantasma de Ashcroft, no Colorado, Estados Unidos, em 2018.