As 5 curiosidades sobre Robert Oppenheimer, considerado o “pai da bomba atômica”
O físico falava seis idiomas além de seu inglês nativo: grego, latim, francês, alemão, holandês e sânscrito. O Dr. J. Robert Oppenheimer dirige o Instituto de Estudos Avançados.
Julius Robert Oppenheimer é sem dúvidas um dos personagens mais polêmicos da história moderna. Afinal, coube a ele (com a devida razão) ser chamado de “o pai da bomba atômica” por ter chefiado, nos anos 1940, a grande pesquisa e o projeto militar (chamado de Manhattan Project) que desenvolveu a primeira bomba atômica do mundo, nos Estados Unidos.
Sua vida ganhou os holofotes recentemente de novo por conta de um filme de sucesso, mas há décadas as pessoas tentam conhecer e entender melhor a trajetória desse norte-americano nascido na cidade de Nova York.
Aproveitando que no dia 16 de julho marca a data da detonação da primeira bomba atômica criada por Oppenheimer, a Trinity, a National Geographic apresenta alguns fatos e curiosidades sobre Robert Oppenheimer.
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1. Oppenheimer era filho de um imigrante alemão e de uma mulher norte-americana
Julius Robert Oppenheimer nasceu no dia 22 de abril de 1904 na cidade norte-americana de Nova York e era filho de Julius Seligmann Oppenheimer, um alemão nascido na cidade de Hanau e imigrou para os Estados Unidos em 1988. Lá construiu uma carreira de sucesso na indústria têxtil, se tornando um homem de classe média alta.
A mãe de Oppenheimer se chamava Ella Friedman, era pintora e vinha de uma família que vivia em Nova York há gerações. Seu irmão mais novo, Frank Oppenheimer, também se tornou um físico, como conta o site do Institute for Advanced Study (da sigla IAS, um centro de pesquisa localizado em Princeton, nos Estados Unidos).
A fonte conta também que como a família Oppenheimer gostava de artes, Julius Robert cresceu em um apartamento em Manhattan adornado com pinturas originais de artistas renomados como Van Gogh, Cézanne e Gauguin.
Na página dedicada ao famoso físico no site National Park Service, do governo norte-americano, é descrito que a família Oppenheimer era judia não-praticante e enviou o jovem Oppenheimer para a Ethical Culture School, uma escola fundada nos princípios do racionalismo e do humanismo.
Oppenheimer foi chamado de "o pai da bomba atômica" por sua liderança no Projeto Manhattan na década de 1940.
2. Oppenheimer passava férias na fazenda de sua família no estado do Novo México
Segundo o National Park Service, Oppenheimer se formou em 1921 e depois viajou para a Alemanha, onde aprendeu alemão, mas ficou doente demais para entrar na faculdade.
Na primavera de 1922, por sua vez, Oppenheimer foi de férias para a fazenda da família no estado norte-americano do Novo México, a pedido de seu pai, para se exercitar e ficar mais forte através de atividades ao ar livre. Foi durante esse período que Oppenheimer aprendeu a andar a cavalo e desenvolveu um amor verdadeiro pelo Novo México.
Cerca de 20 anos depois, durante a Segunda Guerra Mundial, Oppenheimer sugeriu que a escola que existia em Los Alamos fosse usada como um laboratório secreto durante o Projeto Manhattan do governo dos Estados Unidos, criado para desenvolver a primeira bomba atômica.
3. Oppenheimer foi um estudante prodígio de grandes universidades
Com uma impressionante inteligência acima da média, Robert Oppenheimer desde jovem impressionava professores e colegas. Segundo a Encyclopædia Britannica (plataforma de conhecimento do Reino Unido), durante seus estudos de graduação na Universidade de Harvard, nos Estados Unidos, Oppenheimer se destacou em latim, grego, física e química, publicou poesias e estudou filosofia oriental.
Depois de se formar em 1925 (ou seja, em apenas três anos), ele embarcou para a Inglaterra para fazer pesquisas no Laboratório Cavendish da Universidade de Cambridge, sob a liderança de Lord Ernest Rutherford, que tinha reputação internacional por seus estudos pioneiros sobre a estrutura atômica. No Laboratório Cavendish, Oppenheimer teve a oportunidade de colaborar com a comunidade científica britânica em seus esforços para promover a causa da pesquisa atômica.
A plataforma conta também que Oppenheimer foi convidado para a Universidade de Göttingen, na Alemanha, onde ele conheceu outros físicos proeminentes, como Niels Bohr, e onde, em 1927, recebeu seu doutorado. Após breves visitas a centros científicos em Leiden (Holanda) e Zurique (Suíça), ele retornou aos Estados Unidos para lecionar física na Universidade da Califórnia, em Berkeley, e no Instituto de Tecnologia da Califórnia.
Estátuas dos líderes do Projeto Manhattan – Leslie Groves Jr., o tenente-general do Exército dos Estados Unidos, e o físico civil J. Robert Oppenheimer, ambas disponíveis no museu Bradbury Science Los Alamos.
4. Robert Oppenheimer era poliglota
Desde jovem, Robert Oppenheimer era interessado em diferentes culturas e idiomas. Como já citado, ele aprendeu grego e latim na Universidade de Harvard, nos Estados Unidos, e alemão quando viveu no país (além de ter tido contato com a língua através do pai, desde a infância).
Porém, o físico ainda aprendeu ainda outros idiomas ao longo da vida. Sempre pronto para vencer desafios intelectuais, Oppenheimer falava seis idiomas, além do inglês nativo: grego, latim, francês, alemão, holandês (que ele estudou em seis semanas para dar uma palestra em Leiden, na Holanda) e sânscrito, pois gostava da literatura hindu, como conta o National Park Service.
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A Reserva Nuclear de Hanford, em Hanford, Washington, é um dos locais que faziam parte do Projeto Manhattan. A foto mostra o U Plant Canyon, uma grande estrutura de concreto onde o plutônio era separado por um processo de lavagem química.
5. Oppenheimer foi simpatizante do comunismo
Oppenheimer começou a se interessar por política por conta de sua preocupação após a ascensão de Adolf Hitler ao poder, na Alemanha, e a ascensão e expansão do nazismo. De acordo com a Britannica, em 1936 ele ficou do lado da república durante a Guerra Civil na Espanha, onde se familiarizou com estudantes comunistas.
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A enciclopédia explica ainda que, embora a morte de seu pai, em 1937, tenha deixado Oppenheimer com uma grande fortuna que lhe permitiu subsidiar organizações antifascistas, o trágico sofrimento infligido por Joseph Stalin aos cientistas russos o levou a retirar suas associações com o Partido Comunista. Posteriormente, foi comprovado que o físico nunca se filiou ao partido – e, ao mesmo tempo, essa experiência histórica reforçou nele a simpatia por uma filosofia democrática liberal.
Robert Oppenheimer chegou a manter um romance com uma ativista comunista: em 1936 ele iniciou um relacionamento turbulento com Jean Tatlock, uma estudante da faculdade de medicina e membro do Partido Comunista que apresentou Oppenheimer à política de esquerda, como conta o National Park Service. Tatlock terminou seu relacionamento com o cientista no início de 1939 e ele conheceu sua futura esposa, Katherine "Kitty" Puening, no mesmo ano.