Os 5 animais que podem viver no frio extremo

Estas espécies são capazes de tolerar temperaturas bem abaixo de zero – seja dentro ou fora da água – e vivem em ambientes onde o ser humano morreria rapidamente.

Um urso polar em pé em um penhasco, rugindo. Rudolph Island, Franz Josef Land, Rússia.

Foto de Cory Richards
Por Redação National Geographic Brasil
Publicado 8 de ago. de 2023, 10:07 BRT

O frio extremo pode ser o habitat perfeito para alguns animais, ao mesmo tempo em que é mortal para os seres humanos. Certas espécies são capazes de enfrentar temperaturas tão geladas que podem passar dos 80°C negativos. É o caso do Polo Sul, onde os termômetros já registraram, por exemplo, -89°C em 1983, na estação russa de Vostok

Polo Norte também aparece quando o assunto são métricas congelantes: na parte mais ao norte da Terra, as temperaturas podem chegar, em média, a até -40°C no inverno, como informa a Nasa, agência espacial norte-americana. 

Mesmo diante desses números inóspitos, certas espécies de animais desenvolveram enorme tolerância à rigorosas temperaturas e enfrentam nevascas, águas gélidas e a escuridão com ventos fortes invernais por estarem bem adaptadas a esses ambientes. 

National Geographic listou cinco destes animais, todos capazes não só de viver no frio extremo – como de depender das baixas temperaturas para continuarem existindo.

1. Ursos polares (Ursus maritimus)

O primeiro animal da lista habita o Polo Norte, cujos limites são determinados pelo enorme bloco de gelo no Oceano Ártico e pelo gelo firme na costa circundante, como explica o Animal Diversity Web (ADW), um banco de dados online de história natural da Universidade de Michigan, nos Estados Unidos. 

Seu habitat preferido são os blocos de gelo (plataformas flutuantes que se formam nas regiões oceânicas nos dois polos da Terra), embora também sejam encontrados nas bordas da Groenlândia e da Islândia. 

A ADW explica que os ursos polares podem viajar até 1 mil km de norte a sul em busca de frio, pois o gelo derrete e congela no Ártico, dependendo da estação do ano. Quando chega o verão, os animais permanecem em ilhas ou costas com gelo firme; à deriva em fluxos de gelo ou ainda encalhados em terra, onde são forçados a suportar o clima quente.

Em relação à alimentação, os ursos polares dependem da gordura obtida de outros animais que vivem no Ártico para sobreviver. Fazem parte de sua dieta as focas aneladas (Pusa hispida), as morsas (Odobenus rosmarus), algumas aves marinhas e até mesmo certa vegetação, embora esta última tenha pouco conteúdo nutricional para os ursos polares. 

O valor calórico da gordura é importante para que os ursos mantenham uma camada isolante no próprio corpo, protegendo-os contra o frio e resistindo à escassez de comida. Ao contrário de outros ursos, os polares não armazenam ou escondem alimentos para suprimentos futuros. 

2. Raposas do Ártico (Vulpes lagopus)

Close-up da raposa do Ártico em pele de inverno, Noruega.

Foto de HENRIK KARLSSON

Quando os ursos polares abandonam suas presas depois de consumirem parte ou toda a gordura, é a vez das raposas-do-ártico comerem os restos para se alimentar, como informa a Animal Diversity Web. Além de habitarem o Polo Norte, elas também podem ser encontradas na região ártica da Eurásia, na tundra ártica e alpina. 

As patas da raposa do Ártico são capazes de resistir a climas rigorosos devido à densa pelagem que as envolve durante o inverno. Daí o termo científico lagopus, que acompanha esta espécie, e significa "patas de coelho". São animais nômades, mas vivem em comunidades. 

3. Cetáceos (Cetacea)

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    Cauda de uma baleia na congelada East Bay, na Groenlândia.

    Foto de SHUTTERSTOCK

    De acordo com a Animal Diversity, a família dos cetáceos, que inclui golfinhos (Delphinidae), botos (Phocoenidae) e baleias (Balaenidae), compreende um total de aproximadamente 86 espécies e está distribuída em todos os climas terrestres, inclusive naqueles em que a água do mar está próxima do congelamento. 

    Tanto os cetáceos pequenos quanto os grandes mantêm uma espessa camada de gordura capaz de protegê-los do frio. Os pequenos cetáceos, por sua vez, conseguem suportar o frio intenso porque têm altas taxas metabólicas. Além disso, suas nadadeiras têm um sistema de troca de calor em contracorrente, no qual o calor do sangue arterial aquece o sangue nas veias à medida que ele retorna ao coração. 

    Os grandes cetáceos, por outro lado, mantêm uma relação entre área de superfície e volume (quanto maior o volume, maior o calor), de modo que perdem pouco calor para o ambiente ao redor. 

    4. Morsas (Odobenus rosmarus)

    Uma morsa do Atlântico repousa sobre um bloco de gelo, na Groenlândia.

    Foto de Paul Nicklen

    As morsas vivem apenas nas regiões árticas do mundo, das quais a ADW distingue três subespécies: morsas do Pacífico (Odobenus rosmarus divergens), que habitam o Mar de Bering, no Alasca; morsas do Atlântico (Odobenus rosmarus rosmarus), que residem no leste e no oeste do Oceano Atlântico; e as morsas de Laptev (Odobenus rosmarus laptevi), que são encontradas no Mar de Laptev, que fica entre a Rússia e a Ásia. 

    Trata-se de um animal que prefere águas rasas para ter acesso fácil aos alimentos, passando a maior parte do tempo na costa ou mergulhando. A Animal Diversity informa que as morsas sabem como encontrar o melhor gelo para viverem: ele precisa ser relativamente fino, mas espesso o suficiente para suportar o enorme peso de seus corpos. 

    Consideradas um dos maiores mamíferos da fauna marinha, as morsas têm olhos pequenos que estão adaptados para o frio de água e terra. O ADW explica que há células de gordura em seus olhos, as quais servem para manter alta até mesmo a temperatura desta parte de seus corpos.

    5. Pinguins (Sphenisciformes)

    O pinguim Adélie olha para a câmera - Hope Bay, Península Antártica, Antártida.

    Foto de ANDRES IBAÑEZ

    Os pinguins integram a família das Sphenisciformes (nome dado às aves incapazes de voar) com seis gêneros e 17 espécies, todas restritas ao Hemisfério Sul do globo, e vivem tanto nas áreas costeiras quanto nas oceânicas. 

    Os chamados pinguins antárticos e subantárticos são oceânicos e se reproduzem em costas e plataformas de gelo, enquanto as espécies mais próximas à região do Equador (como as que vivem nas Ilhas Galápagos, por exemplo) podem ser oceânicas ou habitar águas costeiras. 

    A Global Penguin Society (GPS), principal organização internacionalmente reconhecida para a conservação destas espécies no mundo, explica que os pinguins podem tolerar mudanças constantes de temperatura em seus corpos devido à sua plumagem isolante em relação ao frio e à abundante camada de gordura em sua pele. 

    Isso se deve à posição entrelaçada de suas penas, que é capaz de capturar uma camada de ar, a qual ajuda a reter a temperatura corporal também debaixo d'água. No entanto, esse isolamento é prejudicial ao animal quando, fora da água e em climas temperados, a pele e as penas o impedem de remover o calor do corpo. 

    Para não morrerem com o calor que conseguem armazenar no próprio corpo, os pinguins controlam sua temperatura corporal através das partes sem penas no rosto, nas pernas e nas nadadeiras.

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