Mistério de Halloween: os segredos sobre a morte de Harry Houdini, o mágico mais famoso da história
Harry Houdini pouco antes de saltar da ponte Harvard Bridge, em Boston, para o rio Charles congelado, em 1908.
Ele é o mágico mais famoso que já existiu, mas poucos sabem que Harry Houdini (1874–1926) nasceu como Ehrich Weiss, filho de um rabino de Budapeste, na Hungria. Depois de se mudar para os Estados Unidos ainda criança, ele logo começou a se apresentar no circo do bairro como “Ehrich, o Príncipe do Ar”.
Em pouco tempo, ele estava fazendo turnês por circos e circuitos de vaudeville pelos Estados Unidos como Houdini, um nome inspirado no pai francês da magia moderna, Jean-Eugène Robert-Houdin.
Conheça a vida agitada do homem que ficou conhecido no mundo inteiro como o “rei da magia” e o mistério acerca de sua morte, que aconteceu justamente em um Halloween.
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Harry Houdini acorrentado em uma de suas apresentações, por volta de 1900.
O começo da carreira de Houdini
Após anos de sucesso mínimo, Houdini e sua esposa, Bess, começaram a experimentar uma rotina ilusionismo de fuga que envolvia algemas e baús trancados. Em 1899, um produtor de vaudeville os descobriu, e Houdini foi catapultado para os maiores palcos da época. No ano seguinte, ele partiu para a Inglaterra e a Europa, onde divulgava seus shows visitando delegacias de polícia locais e escapando de suas celas e algemas.
Logo, Houdini ficou conhecido em todo o mundo como o “rei das algemas”. Preso por grilhões, cordas e algemas, ele era trancado dentro de uma caixa e colocado sempre em alguma situação extrema — debaixo d'água, de cabeça para baixo, debaixo da terra, pendurado em alturas impossíveis — da qual ele escapava rapidamente.
Com o tempo, ele escapou das algemas mais seguras do mundo, de uma famosa prisão em Washington, D.C., e também de um caixão de bronze hermético. O talento de Houdini para escapar só era igualado por sua habilidade para se autopromover. A época adorava um temerário, e Houdini era a história de sucesso norte-americana definitiva.
Ele foi um dos primeiros a adotar patrocínios corporativos — por exemplo, convidando cervejarias para fabricar os barris dos quais ele escaparia para oportunidades de promoção cruzada — e usou a imprensa para plantar histórias, boas e ruins, sobre seu ato. Muitas vezes, as apresentações de Houdini atraíam o escárnio público daqueles que queriam desafiá-lo, embora hoje se acredite que ele mesmo tenha plantado muitos desses desafiantes para chamar atenção.
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O ilusionista Harry Houdini acreditava que todo truque tinha uma explicação e passou os últimos anos de sua vida desmentindo alegações paranormais. Ele até fez sua própria falsificação de dupla exposição para demonstrar como os médiuns criavam aparições falsas, como a do espírito de Abraham Lincoln.
Houdini se torna o “rei da magia”
À medida que a fama de Houdini crescia, também cresciam suas ousadas acrobacias públicas. Em 1908, ele ofereceu uma recompensa de 1 mil dólares a quem conseguisse construir um dispositivo capaz de prendê-lo com sucesso. Parece que ninguém jamais reivindicou o prêmio.
Uma década depois, Houdini fez um elefante desaparecer ao girar lentamente o enorme armário em que ele estava no palco do Hippodrome Theater, em Nova York. Com o surgimento do cinema, Houdini também se aventurou no mundo das telas, aparecendo em vários filmes repletos de acrobacias. Mas ele nunca se tornou uma estrela do cinema.
A fama de Houdini amplificou sua cruzada contra os médiuns espiritualistas populares no final do século 19 e início do século 20. Seus esforços inspirariam gerações de mágicos a se manifestarem contra fraudes e vigaristas, incluindo figuras religiosas que afirmavam canalizar espíritos ou possuir poderes de leitura da mente.
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A misteriosa morte de Houdini em pleno Halloween
Suas acrobacias não eram isentas de riscos reais, e Houdini frequentemente se machucava durante suas apresentações, chegando a romper um rim quando um estivador o amarrou com muita força. Mas aparentemente nada conseguia abalar sua imagem de invulnerabilidade.
Embora Houdini nunca tenha sido considerado tão habilidoso na arte da magia técnica quanto alguns de seus contemporâneos, seu compromisso com acrobacias ousadas e audaciosas faz com que muitos se lembrem dele como o maior mágico do mundo.
A morte de Houdini no Halloween de 1926 foi tão misteriosa quanto sua vida repleta de truques. Sua morte é atribuída a complicações decorrentes de uma apendicite, que provavelmente teve origem em uma palestra na Universidade McGill, em Montreal, no Canadá, semanas antes, onde um aluno desafiou a afirmação de Houdini de que ele poderia resistir a socos e o golpeou com força no estômago.
Mas nenhuma autópsia foi realizada, e então os rumores sobre a causa de sua morte continuam a circular. Alguns até especulam que inimigos do movimento espírita planejaram seu assassinato.
Embora nunca tenha acreditado nas alegações dos espíritas, Houdini prometeu à sua esposa, Bess, que comunicaria um código secreto a ela do além, se pudesse. Durante uma década, Bess participou de sessões espíritas na esperança de receber um sinal dele, mas sua voz havia sido silenciada pela morte.
* Este trecho foi extraído do livro “Book of Magic and the Occult: A Visual History”, da National Geographic.
