Os momentos que fizeram de 2020 um ano como nenhum outro
Fotógrafos da National Geographic capturaram imagens que revelam um ano dominado por tragédias, instabilidade social e incertezas.

Estetoscópio, vestimenta e equipamento de proteção individual de um médico jogados ao chão na entrada de um hospital em La Louviere, na Bélgica. O médico removeu os itens para evitar contaminação ao sair da ambulância e entrar no pronto-atendimento.
(Da reportagem: A world gone viral)
A pandemia do novo coronavírus forçou as pessoas a mudarem a forma como praticam seus rituais. Em Tver, na Rússia, fiéis com máscara se reúnem em uma igreja para celebrar uma Páscoa Ortodoxa diferente, importante feriado religioso no país.
(Da reportagem: Surreal scenes inside Russia’s battle against the pandemic)
Embora os primeiros alertas sobre a covid-19 enfatizassem os riscos para os idosos, o vírus também pode ser perigoso para os jovens. Médicos se preparam para intubar um jovem com problemas pulmonares na ala de tratamento para a covid-19 do Hospital no 52 de Moscou.
Uma enfermeira do Hospital Spallanzani, em Roma, remove sua vestimenta de proteção após atender um paciente com covid-19.
Em abril, depois que o presidente Uhuru Kenyatta decretou toque de recolher do amanhecer ao anoitecer no Quênia, a maioria das rodovias do país ficou deserta, incluindo esta no bairro de Kitisuru, em Nairóbi.
(Da reportagem: In Nairobi, quarantine is a luxury few can afford)
Durante quarentena imposta pelo governador em abril, os moradores do Edifício Copan, em São Paulo, o maior complexo de apartamentos residenciais do Brasil, protestaram contra a postura do presidente Jair Bolsonaro frente à pandemia. Bolsonaro testou positivo para o coronavírus em julho.
(Da reportagem: Copan, São Paulo: a vida no maior complexo residencial do país durante a pandemia)
A Indonésia teve uma das taxas de mortalidade por covid-19 mais altas da Ásia. No leste de Jacarta, o cemitério público Pondok Ranggon, fotografado no fim de abril, precisou abrir espaço para acomodar a chegada de corpos de vítimas do vírus.
Em uma casa de repouso em La Louviere, na Bélgica, uma enfermeira segura um morador para que seu colega possa realizar o teste de covid-19. As casas de repouso foram especialmente afetadas pela pandemia.
LaVondria Herbert, policial de Detroit, usa uma máscara em homenagem a sua filha de 5 anos, Skylar, que ela e seu marido, Ebbie, perderam devido a complicações causadas pela covid-19.
Laura Whalen e seu filho Maji, à esquerda, sobreviveram à covid-19, mas o marido, Tony, não. Cai, à direita, foi o único membro da família que não se infectou. Laura espera que a certidão de óbito de Tony seja alterada para declarar que ele morreu de covid-19. De acordo com a atual causa de morte, ele morreu devido à falência múltipla de órgãos e complicações causadas pela sepse.
Entes queridos choram a morte de Esther Iyabode Akinsanya, morto por covid-19 enquanto trabalhava como profissional de saúde no hospital Queen Elizabeth, em Londres, na Inglaterra.
(Da reportagem: In the U.K., families of the dead still wonder: was it COVID-19?)
Durante o lockdown em Amã, jovem jordaniano empina pipa em um telhado. As empresas da cidade distribuíram pipas para incentivar uma atividade de lazer que pudesse ser realizada com segurança, longe de aglomerações.
Este ano, a Califórnia sofreu sua pior temporada de incêndios florestais já registrada. Bombeiro caminha pela Floresta Nacional Sierra, queimada pelo incêndio Creek, que começou no início de setembro. O maior incêndio florestal na história do estado queimou quase 15,3 mil hectares. Os bombeiros esperam contê-lo até o fim do ano.
(Da reportagem: Witness California's record blazes through the eyes of frontline firefighters)
Uma violenta tempestade superciclônica atingiu o leste da Índia e Bangladesh em maio, matando dezenas de pessoas e deixando milhares desabrigadas. Na Índia, Sudhangshu Bera e sua família levam seus pertences para uma escola próxima depois que sua casa foi inundada.
O furacão Laura, um dos mais poderosos já registrados nos Estados Unidos, deixou a Igreja Católica de St. Eugene, em Grand Chenier, Louisiana, repleta de vegetação e lama.
(Da reportagem: How powerful hurricanes hasten the disappearance of Louisiana’s wetlands)
Trecho de mata ao lado de uma estrada é engolido por chamas, na zona rural de Poconé (MT). Ainda no fim de setembro, já se estimava que uma área de pelo menos 1.654.000 hectares do Pantanal – equivalente a quase 12 cidades de São Paulo – tinha queimado em 2020. Como previsto no título da reportagem, a situação piorou e pelo menos 26,5% do bioma foi queimado.
Pedestres passam por prédios em ruínas no bairro de Mar Mikhael, em Beirute, no Líbano, depois que um armazém contendo nitrato de amônio explodiu no porto da capital. Segundo relatório da Unesco, pelo menos 600 edifícios classificados como patrimônio histórico foram afetados pela explosão.
(Do artigo: Why must every Lebanese generation endure violent chaos—and its aftermath?)
Um dia depois que a China promulgou uma lei de segurança nacional criminalizando os dissidentes em Hong Kong, a polícia proibiu a manifestação anual pró-democracia da cidade. Jornalistas com coletes amarelos se abaixam para evitar um jato d’água da polícia que tem como alvo manifestantes e espectadores.
(Da reportagem: Hong Kong mourns the end of its way of life as China cracks down on dissent)
Em julho, uma mulher em Hong Kong presta sua homenagem em um memorial improvisado para Marcus Leung, que morreu em 2019 em protesto contra o projeto de extradição proposto pela China.
Médicos do Hospital Republicano em Stepanakert atendem um combatente ferido que lutava a favor da Armênia no conflito de Nagorno-Karabakh entre a Armênia e o Azerbaijão.
(Leia mais sobre a história do conflito Nagorno-Karabakh, em inglês)
Cidadãos dos países Aliados e do Eixo no passado refletem sobre o legado bélico no 75o aniversário do fim da Segunda Guerra Mundial. Vera Nikitina era criança quando foi obrigada a sair de Leningrado depois que as forças armadas alemãs sitiaram a cidade em um bloqueio que duraria quase 900 dias. Quase todos os membros de sua família que não conseguiram fugir da área controlada pelos nazistas morreram de fome, frio ou vítimas de ataques aéreos. Ao refletir sobre a infância, Nikitina falou sobre como não gostaria que ninguém “tivesse que sofrer novamente o que ela sofreu”.
Aviões militares sobrevoam a Praça Vermelha de Moscou no Dia da Vitória para comemorar a rendição da Alemanha na Segunda Guerra Mundial. Devido à pandemia e suas restrições, a comemoração contou com público reduzido.
Setenta e cinco anos após o lançamento das bombas atômicas em Hiroshima e Nagasaki pelos Estados Unidos, estes artefatos ainda mostram a intensidade da explosão nuclear: uma estátua de metal de Buda derretida e um relógio de bolso que parou às 11h02, momento em que a bomba atingiu Nagasaki.
Setenta e cinco anos após o lançamento das bombas atômicas em Hiroshima e Nagasaki pelos Estados Unidos, estes artefatos ainda mostram a intensidade da explosão nuclear: um relógio de bolso que parou às 11h02, momento em que a bomba atingiu Nagasaki.
Uma clareira no baixo Tapajós, no Pará, serve para guardar madeira apreendida por agentes do Ibama. Levantamento inédito mostrou que – ao contrário do diz Bolsonaro, que culpou "indígenas e caboclos" – as queimadas na Amazônia estão concentradas em grandes propriedades.
Katielle Nunes de Araújo tem 19 anos e, depois de um longo período desempregada, conseguiu seu primeiro trabalho com carteira assinada em uma lanchonete. Ela foi presidenta da rua Melchior Giola.
Elizabeth Cady Stanton e Ida B. Wells foram figuras importantes do movimento sufragista feminino dos Estados Unidos, que conseguiu, há 100 anos, aprovar a 19a Emenda. O legado delas se perpetua em suas descendentes. A tataraneta de Stanton, Coline Jenkins, foi uma das criadoras de um fundo para preservar a história do movimento pelos direitos das mulheres.
(Da reportagem: A century after women’s suffrage, the fight for equality isn’t over)
A bisneta de Wells, Michelle Duster, é ativista, já escreveu dois livros sobre Wells e arrecadou dinheiro para erguer um monumento em homenagem a sua ancestral em Chicago.
(Da reportagem: A century after women’s suffrage, the fight for equality isn’t over)
Lauren Stocker e suas filhas observam o retrato das quatro juízas da Suprema Corte na Galeria Nacional de Retratos, em Washington, D.C., um dia após o funeral de estado de Ruth Bader Ginsburg, em setembro.
(Da reportagem: See how Americans are mourning Ruth Bader Ginsburg in the nation's capital)
Este ano, Matilda McCrear foi identificada como a última sobrevivente conhecida do último navio de africanos escravizados de que se tem notícia. Ela foi levada para os Estados Unidos a bordo do Clotilda quando tinha 2 anos de idade em 1860 e acredita-se que tenha sido enterrada em uma sepultura não identificada no Cemitério Martin Station, perto de Safford, Alabama.
(Da reportagem: Identificados a última sobrevivente de um navio negreiro e seus descendentes)
Manifestantes do movimento Vidas Negras Importam se reúnem em frente ao Barclays Center, em Nova York, enquanto se preparam para uma passeata sobre a Ponte do Brooklyn.
(Da reportagem: Systemic racism and coronavirus are killing people of color. Protesting isn't enough)
Schcola Chambers, de Miami, Flórida, participou da Marcha do Compromisso em 28 de agosto, em Washington, D.C. “Era importante para mim fazer parte da história”, disse ela.
(Da reportagem: Reflections at the Commitment March:‘We’ve come a long way, but our journey is not over’)
JD Barnes, morador de Nova York nascido no estado de Alabama, passou a ter vontade de participar da Marcha do Compromisso em Washington, D.C. na época do funeral de George Floyd. “Estamos no meio do que pode ser uma revolução, do que precisa ser uma revolução”, comenta ele.
Manifestantes protestam contra a violência policial como parte do movimento Vidas Negras Importam no Brooklyn, Nova York.
Na noite anterior à Marcha do Compromisso, em Washington D.C., um pedestre para em frente a um mural que retrata Breonna Taylor, de 26 anos, baleada e morta pela polícia em Louisville, Kentucky. Sua morte gerou indignação em todos os Estados Unidos.
- O Monumento da Confederação de Tuskegee foi erguido em 1906 pelas Filhas Unidas da Confederação. Depois que o monumento foi vandalizado em junho, ele foi coberto com uma lona azul pela prefeitura de Tuskegee, que está estudando formas de removê-lo completamente.
O reverendo Robert Turner ora em frente a uma escavação no cemitério de Oaklawn, em Oklahoma, onde cientistas em busca de vítimas do Massacre Racial de Tulsa de 1921 descobriram uma vala comum. Os corpos ainda não foram identificados.
(Da reportagem: Coffins unearthed as the search for victims of the Tulsa Race Massacre continues)
O xeramoi Hortêncio Karai, 107 anos, em sua casa na aldeia Tekoa Pyau, no Jaraguá. Hortêncio sobreviveu à covid-19 isolado em casa, à base de ervas medicinais indígenas, como a guiné. Reportagem mostrou como a pandemia fortaleceu a solidariedade de indígenas do Jaraguá e assentados do MST em São Paulo.
Funcionários do Lucille’s 1913, refeitório comunitário sem fins lucrativos administrado pelo proprietário Chris Williams, prepara refeições gratuitas para comunidades carentes em Houston, Texas. Um em cada seis norte-americanos pode passar fome em 2020 devido à pandemia, de acordo com a Feeding America.
Karla González e sua mãe, Mirelis Toro, aguardam na fila para comprar itens para a quinceañera de Karla, em um bazar em Havana, Cuba. A economia do país foi brutalmente prejudicada pela queda no turismo e redução nas remessas enviadas do exterior, provocando grave escassez de alimentos.
Em Queens, Nova York, uma geladeira comunitária permite que as pessoas doem ou coletem alimentos. Epicentro inicial da pandemia de covid-19, o bairro é atingido por altas taxas de desemprego e insegurança alimentar.
(Da reportagem: Queens, one of the first COVID-19 epicenters, faces a new crisis: hunger)
Enquanto aguardam o resultado da eleição presidencial dos Estados Unidos, apoiadores de Trump participam de uma coletiva de imprensa de Donald Trump Jr. como parte da campanha, na sede do Partido Republicano da Geórgia, Atlanta.
Edith Singleton, que mora em Rochester, Nova York, há 45 anos, votou cedo no Centro Comunitário David F. Gantt para evitar aglomerações.
(Da reportagem: 'My vote matters': New Yorkers explain why they made the extra effort to vote early)
Ben Hoffmann aguardou na fila para votar mais cedo no Venice Town Office, em Scipio, Nova York. Um recorde de 100 milhões de pessoas votaram até o dia da eleição este ano.
Uma multidão comemora a vitória iminente de Joe Biden sobre Donald Trump na eleição presidencial em um evento de “contagem de votos” na Filadélfia, na noite da eleição.
(Da reportagem: The election is over. See photos of America’s divided reaction)
Apoiadores de Trump e Biden entram em confronto nas escadas do Capitólio do estado de Michigan, em Lansing, após o anúncio dos resultados da eleição.
Após a vitória de Joe Biden na eleição presidencial, Cooper Sherwin e Joan Taylor se beijam enquanto um deles segura uma cópia emoldurada da Declaração da Independência. Sherwin e Taylor fizeram campanha para o presidente eleito na Pensilvânia.
Ali, do Paquistão, comemora a vitória da campanha Biden-Harris com sua família na Times Square. Com sua eleição à vice-presidência em novembro, Kamala Harris passou a ser a primeira em muitas coisas. Harris é a primeira mulher, a primeira pessoa negra e a primeira pessoa descendente do sul da Ásia a ser eleita para o cargo.
Foto com efeito de longa exposição da aeronave Crew Dragon da SpaceX decolando do Kennedy Space Center em novembro. O lançamento foi um marco importante em voos espaciais com financiamento privado.
(Da reportagem: SpaceX lança nova era de viagem espacial em primeiro voo tripulado da empresa)
