
Dia dos Pais: veja momentos emocionantes entre pais e filhos do mundo animal
Um pai e seu filhote compartilham um momento de ternura na Reserva Nacional Masai Mara, no Quênia.
No mundo da paternidade animal, os pais não recebem tanto amor quanto as mães. Dificilmente você verá fotos de filhotes de urso polar abraçados com seu pai, ou uma lontra bebê cochilando na barriga flutuante de seu pai.
É verdade que muitos pais animais não contribuem muito para com a criação de seus seus filhos, exceto com seus genes. Em algumas espécies, as ações dos machos podem parecer distantes do comportamento paterno: lêmures, leões e ursos pardos às vezes até matam filhotes de sua própria espécie (no caso dos leões, eles matam se o filhote não for dele).
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Os pais micos-leões-dourados são conhecidos por carregarem seus filhotes nas costas, frequentemente transportando-os pelas florestas da Mata Atlântica brasileira. Os micos-leões-dourados vivem em pequenos grupos sociais, que incluem um casal reprodutor e seus filhotes. Durante as primeiras 6 ou 7 semanas de vida, os filhotes passam a maior parte do tempo nas costas do pai. À medida que crescem, seus pais continuam envolvidos, alimentando os filhotes com diferentes alimentos e ensinando-os a procurar comida, cuidar da higiene e a desenvolver habilidades sociais.
Os diferentes papéis dos pais animais
Mas a comportamentalista animal Jennifer Verdolin, autora do livro “Raised by Animals” (“Criado por animais”, em tradução livre), oferece uma narrativa contrária: ela diz que muitos pais animais foram minimizados e marginalizados pela sociedade.
“Temos essa narrativa de que as mães são carinhosas e, quando um pai faz isso, é de alguma forma milagroso”, comenta Verdolin.
No entanto, os pais protegem os ninhos, chocam os ovos, defendem as tocas e os territórios, alimentam as crias, carregam os filhotes nas costas e brincam com eles.
Seus métodos e papéis variam tanto quanto as próprias espécies, mas muitos desses pais têm algo em comum: eles têm um vínculo com as fêmeas.
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Um gorila-das-montanhas-de-costas-prateadas, que lidera um grupo de até 30 membros, é um animal poderoso que pode ser bastante intimidador. Mas ele definitivamente tem um fraco por crianças. Além disso, os gorilas machos cuidam dos filhotes mesmo quando não têm certeza de quais são seus.
Depois que as mães dos macacos-coruja dão à luz, os pais assumem o papel, carregando, cuidando e brincando com os filhotes com mais frequência do que as mães. Os casais de macacos-coruja (acima, uma família) têm relacionamentos muito próximos, semelhantes aos dos humanos.
“Normalmente, você vê muito cuidado masculino quando a mãe e o pai têm um relacionamento próximo, e o pai pode ter relativa certeza de que está dedicando tempo para cuidar dos filhos que gerou”, explica Eduardo Fernandez-Duque, antropólogo biológico e Explorador da National Geographic.
“Caso contrário, por que ele dedicaria tempo aos filhos se sua companheira o traiu?” Alguns pais animais, como os machos macacos-de-gibraltar e os das orcas, realmente cuidam dos filhotes de outros.
O cuidado biparental tende a ser mais comum em espécies cujos filhotes se desenvolvem externamente, como as aves com seus ovos, porque é mais prático que cada progenitor compartilhe a carga. “Os mamíferos têm uma situação diferente dos peixes ou das aves devido à lactação e à gravidez, que só a mãe pode fazer”, diz ele.

No início do inverno, as fêmeas dos pinguins-imperadores põem um único ovo no gelo, empurram-no para os pés do seu parceiro, como a fêmea da foto acima. Como sentar-se sobre o ovo o congelaria, os pinguins machos realizam um incrível ato de equilíbrio, cobrindo o ovo com uma pele e ficam mesas aquecendo o ovo, sem comer.
O belo exemplo dos pinguins-imperadores
Em outros casos, porém, os pais basicamente cuidam sozinhos. Mesmo entre as espécies que vivem em casal, os arranjos parentais às vezes significam que a mãe está ausente, como no caso dos pinguins-imperadores, cujos pais ficam sozinhos por meses a fio.
Os pinguins-imperadores vivem na Antártida, um dos ambientes mais adversos da Terra, onde as temperaturas podem cair até -50°C. No início do inverno, as fêmeas dos pinguins-imperadores põem um único ovo no gelo, empurram-no para os pés do seu parceiro e depois partem para o mar aberto numa frenética busca por alimento que dura dois meses.
Como sentar-se sobre o ovo o congelaria, os pinguins machos realizam um incrível ato de equilíbrio, cobrindo o ovo com uma pele especialmente adaptada chamada “brood patch” (mancha de incubação). Durante os meses brutalmente frios, nos quais esses pais não se alimentam, eles se amontoam para manter a si mesmos e seus ovos vivos.
Os papais pinguins-imperadores perdem quase metade do peso corporal antes que suas companheiras retornem. Embora sejam pais dedicados, esses pais não podem fazer nada a respeito da crescente perda de gelo na Antártida, o que pode levá-los à extinção.
Vamos dar a essas espécies uma merecida homenagem por se dedicarem totalmente à paternidade.
