Fotos retratam os danos das mudanças climáticas – e como evitá-los
Derretimento do gelo, incêndios florestais, ondas de calor, inundações: estas imagens revelam a vida em um mundo em aquecimento e possíveis soluções.
Um enorme cone de gelo, chamado estupa de gelo cônica, ergue-se sobre homem no território de Ladakh, no norte da Índia. À medida que a neve diminui e as geleiras recuam, essas estupas são construídas para armazenar água congelada. Esta estrutura de 33,5 m, localizada perto da vila de Shara Phuktsey, venceu uma competição de estupas de gelo. Ela armazena mais de nove milhões de litros de água, que ajudarão a irrigar campos em quatro vilarejos.
Com a Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas de 2021 – a COP26, o clima cada vez mais extremo nos mostra que as mudanças climáticas já estão em curso. No entanto, a covid-19 e as medidas tomadas para controlá-la também nos mostram que uma cooperação pode proporcionar mudanças globais drásticas.
Às vezes, basta uma foto para despertar essas iniciativas. Às vezes, é necessária uma série de retratos para indicar o que está em risco e, ainda mais importante, inspirar possíveis soluções. Em suma, imagens podem mudar o mundo. E, à medida que nosso mundo aceita a realidade das mudanças climáticas, essa mudança nunca foi tão urgente.
Algumas dessas imagens oferecem imediatamente um choque de realidade: um afloramento de coral morto na Grande Barreira de Corais, na Austrália, por exemplo, ao lado de uma foto anterior do coral com cores vibrantes. Algumas das imagens inspiram pela capacidade de demonstrar que mudanças não são apenas possíveis, mas já estão ocorrendo – e que a humanidade tem engenhosidade e competência para fazer a diferença.
Mas, em meio a essas adversidades, há esperança. A natureza é resiliente e, se houver oportunidade, pode se recuperar se tivermos coragem para permitir isso.
Em Kyuyorelyakh, na Rússia, Oleg Shcherbakov, bombeiro voluntário de 37 anos, empurra moto em meio a pesadas nuvens de fumaça ao se preparar para combater incêndio a menos de 400 metros de distância.
Mulher desmaia devido ao calor intenso durante a Hinglaj, peregrinação hindu pelo deserto no oeste do Paquistão. O calor extremo está aumentando a mortalidade mundial e destaca as discrepâncias em todo o espectro socioeconômico: quem pode deixa as áreas onde as mudanças climáticas estão tornando as condições insuportáveis.
Mãe e filhote de baleia jubarte nadam próximos à Ilha da Reunião, no Oceano Índico. A população de jubartes foi dizimada pela caça comercial de baleias na primeira metade do século 20. A caça comercial de baleias terminou no início da década de 1970, e, desde então, a população de jubartes se recuperou, em alguns locais, quase aos níveis anteriores à caça.
O degelo cria sulcos em um iceberg na Antártica. Icebergs sempre derreteram, mas a Península Antártica é uma das regiões da Terra que vêm aquecendo de forma mais acelerada. A região deve aquecer mais de 1,1oC nos próximos 20 anos.
Em Nairóbi, no Quênia, John Chege e Amos Kimani patrulham a floresta urbana de Karura. Eles dirigem motos elétricas novas distribuídas como parte de um projeto-piloto para reduzir a poluição atmosférica, melhorar a segurança energética nacional e criar empregos sustentáveis. O motor silencioso foi bem recebido pelos visitantes, cujas caminhadas tranquilas eram interrompidas pelo barulho e fumaça das motos a diesel e gasolinafoto de .
Fumigação para controle de mosquitos em rua em Nova Délhi, na Índia, para evitar a propagação de doenças como dengue, malária e chikungunya. Com aumento das temperaturas, o risco de contrair doenças transmitidas por mosquitos aumenta. Editorial publicado por cientistas proeminentes em centenas de revistas científicas médicas pediu medidas climáticas enérgicas para proteger a saúde humana.
Plataforma beta BorWin, parte do parque eólico Veja Mate, no Mar do Norte. A plataforma distribui energia à rede elétrica alemã a mais de 110 quilômetros de distância.
A família Carlen administra uma gruta de gelo na geleira de Rhône, na Suíça, desde 1988, mas quando o aumento das temperaturas começou a derreter o gelo, tiveram uma ideia inédita: por oito anos, cobriram parte da geleira com mantas de lã que refletem a luz solar. A expectativa da família é que a medida preserve a geleira, um destino turístico popular.
Em agosto, o incêndio florestal Caldor atingiu a bacia do lago Tahoe, na Califórnia, Estados Unidos. Bombeiros do Departamento Florestal e de Combate a Incêndios da Califórnia e outros tentaram proteger residências e abrigos. Cerca de mil estruturas, dentre as quais mais de 700 casas, foram destruídas.
Inundações mortais, causadas pela precipitação histórica, atingiram a Alemanha em julho de 2021. Esta foto, compartilhada no Twitter mostra uma enchente em Erftstadt-Blessemfoto. O equivalente a quase dois meses de chuva caiu em um único dia sobre a região. Muitas casas foram levadas pelas águas e 170 pessoas morreram.
Uma pesquisa surpreendente sugere que, em 2040, entre 70% e 90% dos recifes de coral estarão mortos. O aumento da temperatura do mar dificulta a sobrevivência dos corais. Os recifes dependem de uma delicada simbiose com as algas, que fornecem nutrientes aos corais. Em águas quentes, os corais expelem as algas e ficam brancos – um processo conhecido como branqueamento de corais. Na imagem, uma foto da Grande Barreira de Corais, na Austrália, tirada em 2010, é mostrada ao lado do mesmo recife em 2019. O aumento das temperaturas dos oceanos ocorrido em 2016 é a causa provável.
Casas flutuantes em estreita faixa de água no lago Oroville, na Califórnia, esvaziado. Uma “megaestiagem” assola o oeste dos Estados Unidos desde o ano 2000 e, neste ano, as condições áridas impuseram restrições hídricas aos produtores rurais abastecidos pelo rio Colorado.
Família janta em casa inundada em Java Central, na Indonésia. Ao longo de mais de 40 anos, suas terras produtivas foram tomadas gradualmente pelo mar. Para enfrentar a situação, levantaram todos os móveis da casa.
O Centro de Cultivo de Algas, um prédio de quase 1,5 mil m2 da Universidade Técnica de Munique, utiliza algas para fabricar bioquerosene e outros produtos químicos. Com luzes LED de alta eficiência e vidro transparente, cientistas podem recriar as condições climáticas de qualquer local da Terra, simulando o ciclo de crescimento das algas. Os resultados serão utilizados para produzir materiais de construção e combustíveis mais leves para a indústria de aviação.
Em Zurique, na Suíça, máquina fabricada pela empresa Climeworks capta o dióxido de carbono do ar, uma iniciativa para atenuar as mudanças climáticas. Primeiro, o ar é puxado para o coletor por um exaustor e um filtro captura o CO2. Em seguida, o gás é aquecido para ficar bastante concentrado, após esse processo, pode ser coletado e reciclado ou armazenado.
Vendedores de carvão bruto eram comumente vistos ao longo das estradas em Ulaanbaatar, capital da Mongólia; uma única família podia facilmente queimar três toneladas a cada inverno. O governo proibiu o carvão bruto, substituindo-o por briquetes (blocos comprimidos feitos de pó de carvão ou biomassa), mas a poluição atmosférica continua perigosamente elevada.
O transporte aéreo de passageiros sem o uso de combustíveis fósseis é um desafio enorme, sobretudo para voos longos. Para voos mais curtos, muitas empresas, como a Wisk, uma start-up da Califórnia, estão projetando aviões elétricos. O avião da Wisk, que voa sem piloto, pode decolar e pousar na vertical, eliminando a necessidade de pistas.
No centro Ford Ion Park em Allen Park, Michigan, são pesquisadas e testadas baterias. As baterias são a base dos veículos elétricos, e as montadoras tentam torná-las mais leves, mais duradouras e com carregamento mais rápido.
Plantação de dendezeiros, em Caimpugan Peatswamp, nas Filipinas. Em todo o mundo, há uma grande demanda por óleo de palma, também chamado de óleo ou azeite de dendê, produzido a partir do fruto do dendezeiro. O óleo versátil pode ser utilizado em tudo, de comidas a xampus, mas é uma das principais causas de desmatamento.
Barco de resgate desliza por águas de enchente em Barataria, Louisiana, nos Estados Unidos. O furacão Ida, tempestade de categoria 4, atingiu o sudeste da Louisiana em agosto. A tempestade danificou casas e lojas, causou faltas de energia generalizadas e provocou enchentes em alguns bairros de Nova Orleans.
Bióloga se emociona ao acalmar lontra-marinha morrendo devido à proliferação de algas tóxicas em praia de cascalho em Homer, no Alasca. Como muitas regiões do norte, o Alasca esquenta duas vezes mais rápido que a média global, o que influencia a proliferação de algas nocivas no mar. O impacto é devastador nas cadeias alimentares, tornando os crustáceos tóxicos e matando baleias, morsas, aves e outras criaturas marinhas que se alimentam deles.
Global Himalayan Expedition é um projeto para levar energia solar a vilarejos remotos em todo o mundo. Na imagem, membros da equipe da expedição e moradores do vilarejo de Yal carregam painéis solares, baterias e outros equipamentos para a instalação. O percurso levou dois dias de transporte rodoviário por estradas traiçoeiras e terminou a pé.
Na Universidade de Colúmbia, painel revestido com filme de polímero inovador irradia calor através da atmosfera para o espaço sideral, tornando-o incrivelmente mais frio do que seus arredores. Painéis como este podem reduzir a necessidade de ar-condicionado.
Enchentes sobre passagem na praia Montrose, perto do centro de Chicago, nos Estados Unidos. Em 2019, fortes chuvas elevaram o nível do lago Michigan, um dos cinco Grandes Lagos da América do Norte, em cerca de 60 cm. Mudanças climáticas, poluição e as espécies invasoras ameaçam seus ecossistemas complexos.
Mulher enfrenta ventania intensa durante tempestade de areia sazonal em Pequim, na China. Cientistas acreditam que desertificação e mudanças climáticas exercem um papel importante na frequência e intensidade das ventanias. Emissões da queima de combustíveis fósseis e mudanças climáticas resultantes produziram uma poluição atmosférica tóxica.