Que tal conhecer um destino que foi cenário para Star Wars? Aqui, 10 lugares lindos imortalizados pelo cinema
Celebre o Dia Mundial do Turismo conhecendo locais de filmes de Star Wars às paisagens nos Andes retratadas em “Diários de Motocicleta”, destinos icônicos da Unesco que foram parar nas telas.

Um beduíno da Jordânia conduz seus camelos pelo deserto até Wadi Rum, um Patrimônio Mundial da Unesco que aparece em filmes como “Lawrence da Arábia”, “Perdido em Marte” e “Star Wars: A Ascensão Skywalker".
Todos os anos, no dia 27 de setembro se celebra o Dia Mundial do Turismo, data que incentiva o prazer de viajar, conhecer novos lugares e culturas, sempre respeitando a natureza e os costumes locais. Porém, para quem ama viajar todo dia é dia de descobrir novos destinos incríveis para descobrir pelo planeta.
Para comemorar essa data, a National Geographic selecionou 10 lugares impressionantes que fazem parte da lista de Patrimônios Mundiais da Unesco e que foram imortalizados pelo cinema em cenas memoráveis de grandes filmes.
Em 1989, o aparecimento da antiga tumba de Petra, na Jordânia, conhecida como o Tesouro [Al-Khazneh], no filme “Indiana Jones e a Última Cruzada”, emocionou os cinéfilos por conta da beleza impressionante do lugar. Após o lançamento do filme, o número anual de visitantes do antes obscuro Patrimônio Mundial da Unesco na Jordânia disparou, chegando a quase 1 milhão de visitantes em 2010. Hoje, a ligação entre as tumbas assombrosas com fachadas rochosas e o sucesso de bilheteria de Hollywood continua a capturar a atenção dos turistas cada vez mais.
“No filme, Petra é um adereço, um cenário para Indiana Jones”, diz Andy Hines, morador de Las Vegas (Estados Unidos), que visitou o local em abril passado e ficou impressionado com os vestígios do desaparecido Reino Nabateu. “Mas, ao vê-la pessoalmente, Petra se torna a estrela, permitindo que você aprecie todo o rico contexto histórico do local.”
Petra não é o único local listado pela Unesco a desfrutar da fama do cinema. Hollywood explorou e utilizou dezenas de maravilhas culturais designadas como cenários dramáticos, transformando esses locais em destinos imperdíveis — parte de uma tendência crescente chamada set-jetting, que atrai viajantes a lugares que aparecem em filmes e séries de sucesso.
A lista a seguir combina significado cultural, beleza natural aliada com nostalgia cinematográfica — um atrativo irresistível para viajantes em busca de férias perfeitas, daquelas que ficam marcadas na memória para sempre.
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Flamingos menores — uma espécie encontrada na África Subsaariana e no oeste da Índia — são vistos aqui no Lago Bogoria, localizado em uma região vulcânica ao sul do Lago Baringo, no Grande Vale do Rift, no Quênia.
1. O Grande Vale do Rift, no Quênia: cenário de um filme memorável com Robert Redford e Meryl Streep
O filme “Entre Dois Amores” (1985), de Sydney Pollack, associou para sempre as paisagens dramáticas do Quênia a um romance épico. O Sistema de Lagos do Quênia, declarado Patrimônio Natural Mundial pela Unesco em 2011, aparece com destaque nas impressionantes tomadas aéreas do filme que mostram o Grande Vale do Rift, das Colinas Ngong e, mais famoso ainda, do avião biplano com duas das maiores estrelas de Hollywood de todos os tempos, Robert Redford e Meryl Streep, sobrevoando o Lago Nakuru com seus icônicos, embora aterrorizados, flamingos rosa.
Os três lagos alcalinos (Elementaita, Nakuru e Bogoria) abrigam populações excepcionais de flamingos menores e outras aves migratórias. Baseado nas memórias de Karen Blixen sobre a administração de uma plantação de café na Quênia colonial, as vistas panorâmicas do filme de 1985 ajudaram a definir a linguagem visual do romântico safári africano.
Atualmente, os visitantes podem apreciar mirantes panorâmicos ao longo da escarpa do Grande Vale do Rift e bandos de flamingos no Parque Nacional do Lago Nakuru. As luxuosas pousadas da região proporcionam uma experiência “Entre Dois Amores”.
2. Parque Nacional de Tongariro, na Nova Zelândia se imortalizou nos filmes da saga Senhor dos Anéis
Poucas franquias cinematográficas transformaram a imagem global de um país de forma tão completa quanto a saga “O Senhor dos Anéis” fez com a Nova Zelândia. O Parque Nacional Tongariro, com seu duplo status de Patrimônio Mundial (natural e cultural), foi o cenário dramático de Mordor na trilogia épica de Peter Jackson lançada entre 2001 e 2003.
O Monte Ngauruhoe serviu como o infame Monte da Perdição (as filmagens no cume foram proibidas, pois o povo maori considera esses picos vulcânicos sagrados). As Cataratas Tawahi criaram o cenário perfeito para a piscina proibida de Gollum. O profundo significado da região para os primeiros povos da Nova Zelândia acrescenta profundidade cultural, não apenas uma conexão cinematográfica.
A Tongariro Alpine Crossing é uma gratificante caminhada de um dia por fumarolas sulfurosas e picos vulcânicos cobertos de neve, embora o inverno no Hemisfério Sul (junho a agosto) torne a caminhada desafiadora. Os meses de verão da Nova Zelândia — de dezembro a fevereiro — oferecem um clima melhor para os viajantes.
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O Coliseu também é conhecido como Anfiteatro Flaviano: ele recebeu eventos por mais de 300 anos colocando a população e os imperadores no mesmo espaço.
3. Centro histórico de Roma, na Itália, que foi imortalizado por cenas com Audrey Hepburn
Quando a princesa Ann, interpretada pela famosa atriz Audrey Hepburn, foge de seus deveres reais no filme clássico “A Princesa e o Plebeu”, de 1953, ela embarca em um romance movido a moto Vespa com o jornalista vivido por Gregory Peck, passando por marcos históricos da bela cidade de Roma, como a Escadaria Espanhola, a Fontana di Trevi e o Coliseu, localizados no coração da “Cidade Eterna” e declarados Patrimônio Mundial da Unesco em 1980.
“Não é apenas um filme”, comenta a historiadora de arte Isabella Calidonna, cujos passeios Archeorunning mostram o coração da cidade, evitando as multidões, assim como Hepburn e Peck tentaram fazer. “O filme captura o momento em que os visitantes descobrem Roma em toda a sua simplicidade sedutora”, diz ela.
“E em uma época em que o excesso de turismo domina Roma, como hoje em dia, precisamos mais disso.” Os viajantes podem refazer os locais dos amantes, embora Calidonna aconselhe fazê-lo nas primeiras horas da manhã para evitar as multidões esmagadoras do verão.

Machu Picchu, o famoso Patrimônio Mundial da Unesco no Peru, foi palco das filmagens do filme do diretor brasileiro Walter Salles, “Diários de Motocicleta”, que mostra também outros importantes e belos lugares da América do Sul.
4. Machu Picchu, no Peru – uma dos belos lugares na América do Sul retratados em “Diários de Motocicleta”
Outro aventureiro sobre duas rodas nos cinemas, o ator mexicano Gael Garcia Bernal, no papel de Ernesto “Che” Guevara, contempla a cidadela inca de Machu Picchu, que remonta do século 15, em uma bela cena do filme “Diários de Motocicleta” (2004), dirigido pelo cineasta brasileiro Walter Salles – responsável pelo 1º Oscar recebido pelo cinema brasileiro, em 2025 com “Ainda Estou Aqui”.
A cena em Machu Picchu, no Peru, captura um momento crucial na jornada formativa do revolucionário pela América do Sul e seu despertar para as desigualdades sociais.
Designada Patrimônio Cultural da Humanidade pela Unesco em 1983, a maravilha peruana é mais do que apenas um cenário deslumbrante — ela funciona como um personagem silencioso e taciturno. No entanto, os viajantes de hoje enfrentam regulamentos mais rigorosos do que Che enfrentou.
É essencial obter autorizações antecipadas para visitantes, com opções que vão desde a clássica caminhada de quatro dias pela Trilha Inca até passeios de um dia de trem saindo da cidade de Cusco.
Preocupações com a conservação do local que é um sítio arqueológico histórico levaram as autoridades a implementar limites para o número de visitantes, tornando o planejamento antecipado crucial para os viajantes interessados em conhecer a capital dos Incas.
(Conteúdo relacionado: Bem perto de Cusco, no Peru: conheça o Vale Sagrado dos Incas)
5. Centro histórico de Salzburgo, na Áustria, visto no musical “A Noviça Rebelde”
Poucos momentos musicais rivalizam com a atriz Julie Andrews girando como um giroscópio no topo de uma montanha alpina na Áustria em um dos mais clássicos musicais de todos os tempos: “A Noviça Rebelde” (1965), disponível no Disney+. A viagem da família Von Trapp pela paisagem barroca da cidade de Salzburgo e pelas montanhas circundantes mostra por que seu centro histórico ganhou o status de Patrimônio Cultural Mundial da Unesco em 1996.
Os Jardins do Palácio Mirabell, a Abadia de Nonnberg e a Residenzplatz da cidade tornaram-se instantaneamente reconhecíveis para gerações de espectadores. Além dos marcos do filme, os visitantes descobrirão o local de nascimento de Mozart e outros exemplos da rica herança musical da cidade.
Os passeios dedicados a “A Noviça Rebelde” continuam populares, embora os entusiastas da música clássica possam optar por assistir ao Festival de Salzburgo, realizado todos os verões (os Von Trapps apareceram em 1936). O festival geralmente começa nas duas últimas semanas de julho e vai até o final de agosto.

Artesãos locais compram couro a granel em um souk em Marrakech, Marrocos.


Marrakech é conhecida pelo seu trabalho intrincado e vibrante em azulejos, uma marca registrada da arquitetura marroquina, como pode ser visto aqui na Madraça Ben Youssef, na cidade.
Lanternas ornamentadas, bules e espelhos são apenas alguns dos itens à venda neste souk em Marrakech.
6. A Medina de Marrakech, no Marrocos, que aparece em um clássico suspense de Hitchcock
Conhecido como “mestre do suspense”, o cineasta inglês Alfred Hitchcock levou o caos colorido da antiga cidade murada de Marrakech, no Marrocos, ao público através do seu thriller “O Homem Que Sabia Demais” (1956).
A Medina, declarada Patrimônio Cultural Mundial pela Unesco em 1985, proporciona um cenário labiríntico para a busca dos atores James Stewart e Doris Day pelo seu filho sequestrado.
Locais como a Praça Jemaa el-Fnaa, o Hotel La Mamounia e os souks sinuosos criam uma sobrecarga sensorial perfeita para o clima de suspense de Hitchcock.
Hoje a Medina de Marrakech, o bairro do século 11, com sua arquitetura vermelha característica perfumada pelos aromas concorrentes de açafrão, couro, menta e escapamento de motocicleta, oferece aos visitantes uma experiência imersiva e vibrante. Explorações matinais e noturnas ajudam a evitar o calor do meio-dia no verão da cidade.
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7. A cidade medieval Lübeck, na Alemanha, cenário do antigo filme de terror “Nosferatu”
O filme expressionista alemão sobre vampiros, Nosferatu (1922), de F.W. Murnau, utilizou a atmosfera medieval da cidade de Lübeck, fundada em 1143 na Alemanha, para criar o clima assustador memorável da primeira versão dessa história para os cinemas.
Este Patrimônio Cultural Mundial da Unesco (designado em 1987) exibe os edifícios góticos de tijolos e as ruas estreitas de um outrora poderoso centro comercial da Liga Hanseática localizado na costa báltica da Alemanha. Os Salzspeicher (armazéns de sal) que apareceram com destaque no filme permanecem praticamente inalterados um século depois. Ainda desgastados pela névoa do mar, eles projetam as mesmas silhuetas horripilantes que deram ao conto de vampiros de Murnau seu horror.
“Parece idílico durante o dia, mas quando a luz muda, essas ruelas estreitas se tornam assustadoras”, diz Christel Obenaus, que conduz passeios por Lübeck, incluindo um sobre o filme de terror. Visitas autoguiadas também permitem que os visitantes explorem igrejas góticas e ruas da cidade enquanto descobrem a história marítima que a tornou próspera. Os fãs de cinema lotam a região em novembro para o festival Nordic Film Days Lübeck.

Na foto, uma visão panorâmica de Wadi Rum, um deserto com uma paisagem única onde beduínos exploram e apresentam o lugar aos viajantes em busca do cenário inóspito de filmes famosos.
8. Wadi Rum, na Jordânia, tem um visual de outro planeta e está presente na saga Star Wars
A vasta paisagem sobrenatural de Wadi Rum, na Jordânia, serviu de cenário para um conhecido filme da franquia Star Wars: “Star Wars: Ascensão Skywalker” (2019), como se fosse o planeta Pasaana, e também aparece em “Perdido em Marte” (2015) – ambos disponíveis no Disney+. Mas cativou já na primeira vez que o público mundial observou seu visual único no clássico “Lawrence da Arábia” (1962).
Em uma cena icônica, Lawrence (Peter O'Toole) aceita o convite do líder tribal Auda Abu Tayi (Anthony Quinn) para um “jantar em Wadi Rum”, e a cena seguinte revela o espetacular cenário rochoso do Patrimônio Cultural e Natural Misto da UNESCO.
Há uma história autêntica por trás da obra-prima cinematográfica de David Lean, já que o verdadeiro Lawrence passou pela região durante a Revolta Árabe da Primeira Guerra Mundial.
Hoje, as comunidades beduínas do país mantêm relações antigas com essa paisagem desafiadora, oferecendo aos visitantes encontros culturais autênticos ao lado da beleza natural. Acampar no deserto em frente a uma fogueira crepitante sob um céu estrelado oferece a experiência mais imersiva. Passeios em veículos 4x4 proporcionam acesso a uma série de locais de filmagem.

O Portão Norte do Templo Angkor Thom, no Parque Arqueológico de Angkor, Siem Reap, no Camboja.
9. Parque Arqueológico de Angkor, no Camboja registrou cenas de ação de Angelina Jolie
Quando a personagem Lara Croft, interpretada por Angelina Jolie, saltou pelas ruínas do templo de Ta Prohm no filme “Lara Croft: Tomb Raider” (2001), ela apresentou a milhões de pessoas as maravilhas atmosféricas do Parque Arqueológico de Angkor, no Camboja.
Este local, declarado Patrimônio Cultural Mundial pela Unesco em 1992, exibe os vastos complexos religiosos do Império Khmer, que governou no Camboja entre os séculos 9 e 15. O “Templo Tomb Raider”, com suas famosas raízes de árvores estrangulando as pedras antigas como tentáculos grossos e retorcidos, tornou-se um dos locais mais fotografados do parque. Visite-o de manhã cedo para evitar as multidões e o intenso calor do meio-dia.
Um passe de vários dias permite aos visitantes ir além dos locais do filme de ação e descobrir os templos menos conhecidos de Angkor. Eles são igualmente fascinantes, mas sem o status de superestrelas. Em Siem Reap, um drinque à noite no Elephant Bar do Raffles Grand Hotel d'Angkor oferece uma maneira elegante de combater o calorão local.

Zócalo, a praça central do centro histórico da Cidade do México, cenário que apareceu em um filme do James Bond e levou o Dia dos Mortos mexicano ao cinema.
10. O centro histórico da Cidade do México, no México, faz parte de uma cena antológica de James Bond
Por fim, talvez a relação mais fascinante entre Hollywood e a Unesco tenha se desenrolado no Centro Histórico da Cidade do México, um Patrimônio Cultural da Unesco desde 1987. As cenas iniciais do filme “007 Contra Spectre”, que acompanham James Bond, interpretado por Daniel Craig, em uma elaborada e belíssima celebração do Dia dos Mortos, com figuras gigantes de esqueletos e multidões fantasiadas.
A sequência de 2015 mostra marcos icônicos, incluindo o Zócalo (a praça principal da cidade), o Gran Hotel Ciudad de Mexico (quarto 327, para ser exato) e a Torre Latinoamericana, o icônico arranha-céu da cidade construído em 1956. O que torna isso único é o impacto cultural do filme — antes da produção de James Bond, a Cidade do México não tinha um desfile do Dia dos Mortos em grande escala como o retratado.
Em um caso notável de influência da arte na vida real, as autoridades de turismo mexicanas criaram um desfile inaugural do Dia dos Mortos em 2016, inspirado diretamente na celebração fictícia criada para o filme. Elas até usaram alguns dos adereços e figurinos da produção e se referiram a ele como um desfile “ao estilo Spectre”. Desde então, o evento se tornou uma tradição anual que atrai milhares de visitantes do mundo todo.
Andrew Nelson é autor do livro de viagens Here Not There, publicado recentemente pela National Geographic.
